Um paraibano foi citado no relatório do Facebook, nesta quarta-feira (8), quando foi anunciada a remoção, pela plataforma, de 73 contas falsas ligadas a aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Tércio Arnaud Tomaz é de Campina Grande e galgou espaços no staff bolsonarista a partir do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Depois de atuar como assessor do “02”, em 2017, atuou na campanha em 2018 e foi nomeado assessor do presidente, em 2019.
Arnaud compõe o grupo de assessores que foi apelidado por adversários do presidente de “gabinete do ódio”. Das contas excluídas, 35 eram do Facebook e 38 do Instagram. Parte das contas promovia a propagação do ódio e ataques políticos. Os dados foram analisados por pesquisadores norte-americanos e compõem o estudo feito para justificar as exclusões. A análise apontou responsabilidades de pelo menos cinco funcionários e ex-funcionários dos gabinetes bolsonaristas.
O grupo, de acordo com a CPI das Fake News, é tutelado por Carlos Bolsonaro, licenciado do cargo de vereador do Rio. Todos chegaram ao governo referendados pela militância digital, feita durante a campanha. De acordo com matéria da Folha de São Paulo, a derrubada fez parte de uma investigação interna mais ampla, que eliminou quatro redes distintas por violação da política do Facebook “contra interferência estrangeira e comportamento inautêntico coordenado”.
Além de Brasil, as redes foram identificadas no Canadá, Equador, na Ucrânia e nos Estados Unidos. No total da investigação internacional, a empresa removeu 41 contas e 77 páginas no Facebook, além de 56 contas no Instagram, por violarem a “política contra interferência estrangeira”. “Essa rede usava uma combinação de contas reais e falsas, algumas das quais já tinham sido detectadas e removidas por nossos sistemas automatizados”, afirmou a empresa.
Além da página “Bolsonaro Opressor 2.0”, seguida por mais de 1 milhão de pessoas no Facebook, foi identificada a conta @bolsonaronewsss, também sob administração de Tércio, com 492 mil seguidores e mais de 11 mil publicações. De acordo com o estudo, muitas dessas postagens feitas por Tércio foram publicadas durante o horário comercial, ou seja, podem ter sido feitas durante o expediente dele no Planalto.
Jornal da Paraíba
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