Uma mulher de 36 anos, internada para o tratamento da Covid-19 no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS) desde o início da semana, em Campo Grande, gravou um áudio e pediu para a mãe levar até a delegacia, denunciando um suposto caso de estupro, nessa quinta-feira dia 04 de fevereiro.
Para a reportagem, a assessoria de imprensa do HRMS disse que não se manifestará a respeito da denúncia. Em nota, o hospital disse que “todos os casos de supostas infrações nos diversos campos, administrativo e assistencial, são pautados nos ditames éticos e legais vigentes para tomada de providências”.
Na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), a mãe da suposta vítima, que é aposentada e faz faculdade de Direito, comentou que conversa com a filha por telefone e ligou para ela no dia dos fatos, por volta das 5h30 (de MS). A mãe disse que queria saber se ela tinha dormido bem, porém, percebeu que a filha “estava diferente”, quando soube do suposto crime.
“Ela estava com suspeita de Covid, com dificuldade para respirar, além de outros sintomas. Eu a levei na UPA [Unidade de Pronto Atendimento] do bairro Coronel Antonino, mas, logo eles pediram uma vaga no hospital porque disseram que teriam mais recursos. Ela chegou debilitada e eu estava acompanhando tudo por telefone, quando a apertei ontem e ela me contou tudo o que tinha acontecido”, afirmou a mãe.
Conforme a mãe, a filha ainda estava “em estado de choque e desesperada”. “Ela estava com medo de represália, dos colegas dele fazerem algo e temia pela vida dela. Mas eu disse que precisava sim denunciar, porque ela corria o risco até de ser dopada e ele fazer algo pior. Em seguida, ela chamou o pessoal da enfermagem e denunciou. Minha filha até piorou, iam retirar o oxigênio dela e só fizeram isso agora cedo. Graças a Deus, ela já está melhor”, comentou.
Na delegacia, a denunciante informou que o crime teria ocorrido por volta das 3h. “Minha filha percebeu que o autor ficava lhe apertando e passando a mão nela. Ele também passou óleo de girassol nos dedos e tentou tocá-la nas partes íntimas, pedindo a ela para abrir as pernas. Mesmo debilitada, ela resistiu e gravou um áudio para a polícia”, explicou.
Já no boletim de ocorrência consta que a polícia recebeu o áudio e fará a transcrição. O profissional, que não teve a identidade revelada, já teria sido afastado da suas funções.
“Eu não culpo a equipe médica e nem o hospital. Tenho certeza que eles não estão coniventes com isso. A única coisa errada que achei é que não me forneceram o nome do agressor. Ele disse o primeiro nome para minha filha, se apresentou para ela. Não tenho interesse de arrumar confusão com ninguém, só não quero que esse monstro faça isso com outras pessoas”, finalizou.
Para a reportagem, a delegada Fernanda Félix, titular da Deam, disse que a polícia instaurou inquérito e está fazendo buscas do caso desde a manhã da sexta-feira dia 05. Ela disse que o suspeito ainda não foi identificado.
Fonte: G1
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