O estudo que vai avaliar a aplicação de uma terceira dose da vacina contra Covid-19 no Brasil deve começar no início da próxima semana. A pesquisa tem o objetivo de verificar o potencial de uma terceira aplicação, que pode ser de qualquer um dos imunizantes em utilização no país: Janssen, Pfizer/BioNTech, Oxford/AstraZeneca ou Coronavac.
Em entrevista à CNN neste sábado (14), a pesquisadora Lily Yin Weckx, da Unifesp, ressaltou que as próprias fabricantes das vacinas estão fazendo esse tipo de estudo e que, caso seja comprovado que não há problema em receber imunizantes de fabricantes diferentes, a vacinação no país será mais fácil. "Isso vai ajudar na flexibilização: se não tiver uma, vacina com a outra", afirmou.
pesquisa é do Ministério da Saúde, em parceria com a Universidade de Oxford, e conta com o apoio da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino (IDOR). Para a análise, que será coordenada pela professora Sue Ann Clemens, da Universidade de Oxford, serão testados 1.200 voluntários, que já foram selecionados – 600 em São Paulo, pela Unifesp, e 600 em Salvador, pela Rede IDOR.
Todos os selecionados tomaram as duas doses da Coronavac. Segundo a Unifesp, a terceira dose só pode ser testada em quem já está com o esquema vacinal completo, portanto, apenas os voluntários que tomaram o imunizante fabricado pelo Instituto Butantan e pela farmacêutica chinesa Sinovac atendem aos critérios.
O estudo será randomizado e cego, com a duração de um mês. Além de avaliar a dose de reforço com a Coronavac, a análise também descobrirá a possível efetividade da intercambialidade de uma terceira aplicação com outros imunizantes. Por esse motivo, os voluntários serão divididos em quatro grupos, sendo que cada um receberá a terceira dose de um fabricante: Janssen, Pfizer/BioNTech, Oxford/AstraZeneca ou Butantan/Sinovac.
A pesquisa foi anunciada pelo Ministério da Saúde em 28 de julho deste ano. O estudo já foi autorizado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep).
Giovanna Bronze, da CNN, em São Paulo *
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