O ministro do governo interino da Bolívia, Arturo Murillo, divulgou hoje (20) um áudio que atribuiu a Evo Morales no qual ele, supostamente, dá instruções para que seus apoiadores sigam com bloqueios nas estradas do país para impedir a distribuição de alimentos e combustíveis. O ministro afirmou que entrará com uma representação internacional contra Morales por crimes contra a humanidade.
No material apresentado, Morales, que está asilado no México, estaria orientando Faustino Yucra Yacri – que segundo o ministro tem ligações com o narcotráfico – a manter o cerco e o bloqueio de estradas, e derrotar o "golpe de Estado racista e fascista"
"Irmãos, não deixem que entre comida nas cidades, vamos fazer um cerco às cidades... Agora estamos vivendo na ditadura, esta é a ditadura. Alguns não entendem (o que é a ditadura), mas agora as pessoas vão ver o que é viver a ditadura com o golpe de Estado. Estou pensando, e quero que saibam que, se a Assembleia (Legislativa) amanhã ou depois rejeitar a minha renúncia, tentarei voltar, irmão, mesmo que me prendam, lutaremos muito contra os racistas e fascistas", diz a gravação que Murillo atribuiu a Evo Morales.
O ministro afirmou que apresentará uma denúncia contra Morales, mas não precisou a qual organismo internacional pretende recorrer. "Evo Morales ordena que não entre comida nas cidades, isso é um crime contra a humanidade. Não pode ser assim, os bolivianos acreditaram nele, 70% dos bolivianos votaram nele e hoje em dia [ele] ordena que matem de fome o seu povo", disse.
Murillo também comentou um ataque realizado ontem (19) à empresa pública de petróleo YPFB. Um comboio de caminhões foi atacado quando deixava a planta de gás da empresa rumo à capital La Paz. O objetivo era evitar o abastecimento na capital. Grupos de manifestantes também dinamitaram os muros da empresa, atearam fogo a veículos e tentaram invadir o local.
De acordo com o ministro, o plano era explodir toda a planta da empresa YPFB. Segundo ele, a Polícia e as Forças Armadas evitaram uma tragédia maior.
"Este é o Evo Morales. Enquanto as pessoas se matam nas estradas e se matam entre si, ele está ordenando que não entre comida e que sufoquem as cidades. Não, senhores. Não vamos permitir isso. Entraremos com uma denúncia. Pedimos a Don Evo Morales que pare de incitar", disse o ministro.
Agência Brasil
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