Donald Trump publicou, nesta sexta-feira (3), um texto em uma rede social em referência ao ataque dos Estados Unidos que matou o general iraniano Qassem Soleimani. “O Irã nunca ganhou uma guerra, mas nunca perdeu uma negociação”, escreveu o presidente dos Estados Unidos.
“O general Qassem Soleimani matou ou feriu gravemente milhares de americanos em um longo período de tempo e estava planejando matar muitos mais… mas foi pego! Ele foi diretamente ou indiretamente responsável pelas mortes de milhões de pessoas, inclusive um recente grande número de manifestantes assassinados no próprio Irã.”
Ele adicionou:
“Enquanto o Irã nunca poderá admitir apropriadamente, Soleimani era tanto odiado como temido dentro do país. Eles não estão nem um pouco entristecidos como os líderes permitirão o resto do mundo acreditar. Ele deveria ter sido morto muitos anos atrás!”.
Esses textos são a segunda manifestação de Trump desde o ataque no aeroporto de Bagdá, no Iraque: antes, ele havia publicado uma bandeira dos EUA. O presidente dos Estados Unidos ainda não deu entrevista sobre o tema.
Soleimani era chefe de uma unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã e um dos homens mais poderosos do país. Ele morreu em um ataque com drone nesta quinta-feira (2) em Bagdá, no Iraque.
O exército americano informou que o bombardeio tinha, de fato, a missão de matar o general iraniano e partiu de uma ordem do presidente Trump.
Mike Pompeo, o secretário de Estado dos EUA, afirmou que Soleimani foi executado para desarmar um ataque iminente que teria colocado em risco americanos no Oriente Médio. A ação foi planejada com base em relatórios de inteligência.
“Ele estava planejando ativamente para realizar ações na região – uma ação grande, como ele descrevia – que colocaria em risco dúzias, se não centenas, de vidas americanas. Nós sabemos que era iminente”, afirmou Pompeo.
Ele disse também que os EUA estão comprometidos a distensionar a relação com o Irã e ao mesmo tempo preparados para se defender. A crise poderá ter desfecho sem precedentes na região, de acordo com especialistas.
Pompeo confirmou somente a morte de Soleimani, e não de outras autoridades.
Os iranianos já se pronunciaram
Em comunicado divulgado pela TV, Ali Khamenei, o líder do país, declarou que “todos os inimigos devem saber que a jihad de resistência continuará com uma motivação dobrada, e uma vitória definitiva aguarda os combatentes na guerra santa”.
O Irã geralmente se refere a países e forças regionais opostos a Israel e aos EUA como uma frente de “resistência”.
Khamenei também lamentou a morte de Soleimani em uma rede social: “O martírio é a recompensa por seu trabalho incansável durante todos estes anos (…) Se Deus quiser, sua obra e seu caminho não vão parar aqui e uma vingança implacável espera os criminosos que encheram as mãos com seu sangue e a de outros mártires”.
O presidente iraniano, Hassan Rouhani, disse que agora o país estará mais determinado a resistir aos EUA e também prevê vingança.
“O martírio de Soleimani tornará o Irã mais decisivo para resistir ao expansionismo americano e defender nossos valores islâmicos. Sem dúvida, o Irã e outros países que buscam a liberdade na região se vingarão”, afirmou Rouhani.
G1
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