
Uma investigação iniciada pela Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) de Patos há alguns meses para apurar fraudes eletrônicas contra instituições bancárias culminou com diversos mandados de prisão e de busca e apreensão cumpridos no âmbito da Operação Elos Fracos, que foi desencadeada na manhã desta terça-feira, 23 de julho de 2024, em diversas cidades da Paraíba, além do Rio de Janeiro.
A operação contou com a participação de policiais civis da 1ª, 2ª, 3ª e 4ª Superintendências, Núcleo de Inteligência e policiais civis do Rio de Janeiro. Foram cumpridos mandados de prisão em Patos, Campina Grande e no Rio de Janeiro. Já os mandados de busca e apreensão foram cumpridos também em Patos e Campina Grande, além de Santa Rita, Ingá, Puxinanã, Matureia e Santa Terezinha, na Paraíba, juntamente com os municípios do Rio de Janeiro e São Gonçalo, na Baixada Fluminense.
O principal objetivo da ação foi desarticular uma organização criminosa especializada em fraudes eletrônicas contra instituições bancárias, que causou um prejuízo estimado em R$ 200.000,00 ao Nubank. Acredita-se que outras instituições financeiras também tenham sido alvo dos criminosos, podendo o montante total dos prejuízos ser ainda maior.
De acordo com o delegado Roberto Carvalho, titular da DRF, a investigação teve início quando a delegacia recebeu nove comunicações de supostas vítimas de extorsão. Essas pessoas registraram boletins de ocorrência online, noticiando que haviam sido vítimas de um crime, onde alguns indivíduos abordaram a suposta vítima em uma das saídas da cidade de Patos e obrigaram-na a transferir o dinheiro para a conta de um terceiro.
Quando as vítimas foram chamadas para serem ouvidas na delegacia, confessaram que tudo se tratava de uma fraude, onde, sob a promessa de receberem 10% do valor angariado pela organização criminosa, forneciam dados bancários e simulavam terem sido vítimas de um crime.
O modus operandi da organização, de acordo com o delegado, se dava da seguinte maneira: as supostas vítimas recebiam o dinheiro dos fraudadores. Logo após, os valores eram movimentados para a conta de um terceiro, também vinculado à quadrilha e responsável pela etapa de lavagem de dinheiro, enquanto noticiavam a instituição bancária com um boletim de ocorrência. Após isso, era aberto um protocolo de restituição para que a instituição devolvesse o valor.
Dr. Roberto destacou que, inicialmente, a instituição bancária mais prejudicada foi o Nubank, um banco online que conta com um programa de auxílio ao cliente que passa por qualquer dificuldade relacionada a ações criminosas: "Quando o cliente foi vítima de um crime, essa instituição bancária (Nubank) faz um depósito de confiança e, através desse depósito, o dinheiro volta provisoriamente à conta da suposta vítima. Quando o dinheiro volta, ela envia esse dinheiro para uma terceira conta, retirando da esfera de ação do Nubank. Então, o banco perde o controle sobre esse dinheiro, que vai para a conta de outra pessoa também envolvida na fraude", disse o delegado.
Conforme o delegado, as pessoas que foram ouvidas relataram que muitas delas não receberam a promessa do valor: "Quem ficava com o valor substancial eram os patrocinadores e financiadores. O patrocinador era quem injetava o dinheiro, e o operador era quem cooptava essas pessoas para participarem da fraude. Essas pessoas ficavam com a maior parte da remuneração e, muitas vezes, o elo fraco, a pessoa utilizada como laranja para fornecer os dados e a conta, sequer recebia qualquer valor", explicou.
O delegado informou que, enquanto a DRF investigava a organização e chegou a prender inicialmente os dois principais articuladores do esquema criminoso, a delegacia recebeu a comunicação do Nubank, que passou a colaborar com a investigação, acarretando novos elementos de informação e novos alvos. Dessa forma, a investigação, que começou com cerca de 15 pessoas como alvos, passou a abranger 100 pessoas.
"Filtradas essas 100 pessoas, determinamos mais 22 que estavam envolvidas diretamente na fraude e representamos pela prisão preventiva delas. Todas as prisões foram deferidas e, contando com as duas prisões iniciais, a operação hoje conta com 19 presos, de 24 representações por prisão", informou.
Além disso, Dr. Roberto destacou que foram representados 63 mandados de busca e apreensão domiciliar, também cumpridos nesta terça-feira (23). Em Patos, os mandados foram cumpridos nos bairros Santa Clara, Bivar Olinto e Centro. Os outros alvos foram nas cidades citadas acima.
Foram apreendidos diversos materiais, incluindo cartões bancários e de crédito, equipamentos eletrônicos, como notebooks e celulares, e maquinetas de cartão. Todo o material coletado será submetido à perícia.
Ouça abaixo a fala do delegado:
Por Felipe Vilar - Patos Online
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