
O Ministério Público do Estado da Paraíba (MPPB) ajuizou, nesta quinta-feira (09), três Ações Civis Públicas contra o Município de Patos, apontando irregularidades em processos seletivos e contratações temporárias realizadas pela administração municipal. As ações foram protocoladas na Vara Mista da Comarca de Patos após denúncias apresentadas pelo vereador Josmá Oliveira (MDB) ao MPPB, e visam garantir a observância dos princípios constitucionais da administração pública, como impessoalidade, moralidade, eficiência e legalidade.
A primeira ação trata de irregularidades no Processo Seletivo Simplificado (Edital 004/2024) para contratação de profissionais temporários em diversas funções, como motoristas, operadores de máquinas pesadas e recepcionistas. O segundo Processo Seletivo é destinado à contratação temporária de profissionais de saúde. As vagas contemplavam cargos como enfermeiro, técnico em enfermagem, dentista, nutricionista, fisioterapeuta, entre outros. Já o terceiro Processo refere-se à contratação de professores e outros profissionais da educação.
Durante a análise dos editais, o Ministério Público apontou as seguintes irregularidades em ambos os casos:
O MPPB alega que as irregularidades ferem os princípios constitucionais que regem a administração pública, especialmente o previsto no artigo 37 da Constituição Federal, que determina a obrigatoriedade de concurso público para o provimento de cargos efetivos, salvo situações de excepcional interesse público, que também exigem critérios claros e objetivos.
De acordo com o promotor responsável, Dr. Ismael Vidal Lacerda, o uso do processo seletivo simplificado para funções de caráter permanente desvirtua o propósito da contratação temporária, transformando-a em uma alternativa ilegal ao concurso público. “Cargos técnicos como enfermeiros e dentistas jamais podem ser considerados transitórios ou de excepcional interesse público. Esses profissionais são essenciais para o funcionamento contínuo da administração pública e devem ser contratados por concurso público,” argumentou o promotor.
O Ministério Público destacou que a ausência de critérios objetivos compromete a eficiência do serviço público, já que os candidatos mais capacitados podem não ser selecionados. Além disso, a prática de contratações irregulares onera os cofres públicos e coloca em risco a legalidade dos atos administrativos.
Citando precedentes do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal de Contas da União (TCU), o Ministério Público argumentou que cargos técnicos e permanentes, como os oferecidos no edital, não podem ser considerados de natureza transitória ou excepcional.
Além disso, o uso reiterado de contratações temporárias para funções permanentes foi apontado como prática lesiva ao erário e contrária à eficiência administrativa.
Nas três ações, o Ministério Público solicitou:
Confira abaixo a íntegra das ações:
Clique aqui para ver o documento "Peticao-Inicial-10-1.pdf"
Clique aqui para ver o documento "Peticao-Inicial-11.pdf"
Clique aqui para ver o documento "Peticao-Inicial-12-1.pdf"
Sobre o assunto, o Patosonline.com entrou em contato com o secretário de comunicação da Prefeitura de Patos, Daniel Almeida, que trouxe esclarecimentos por parte do secretário de Administração, Francivaldo Dias.
Confira a íntegra do texto enviado:
Em resposta aos questionamentos sobre a celeridade e a estrutura dos processos seletivos realizados recentemente, o secretário de Administração de Patos, Francivaldo Dias, esclareceu os motivos e os critérios que orientaram as etapas de seleção.
De acordo com o secretário, a Prefeitura de Patos lançou três processos seletivos até o momento, em cumprimento a um pacto firmado com o Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB) no final de 2024. Esse pacto visa reduzir as contratações por meio de Microempreendedores Individuais (MEI) e adequar os vínculos temporários por excepcional interesse público.
“Feito esse pacto, a Prefeitura teve um prazo muito pequeno para formalizar as contratações. O mecanismo mais imparcial, adequado e eficaz para atender os programas de natureza contínua e essencial foi o processo seletivo. Por isso, os prazos foram mais curtos e a execução foi rápida, pois muitos serviços não podem ser interrompidos ou prejudicados por falta de servidores”, explicou Francivaldo Dias.
O secretário destacou ainda que as vagas contempladas nos processos seletivos são destinadas exclusivamente a programas não permanentes, financiados por recursos do Governo Federal ou criados pela gestão municipal. “Esses programas têm caráter eventual e podem ser descontinuados a qualquer momento. Portanto, as contratações não têm caráter efetivo, mas sim temporário”, acrescentou.
Urgência e continuidade dos serviços essenciais
A urgência dos processos seletivos se justifica pela necessidade de evitar interrupções em serviços essenciais à população.
“Algumas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) já enfrentam dificuldades devido à falta de profissionais. Esses processos seletivos visam suprir as demandas temporárias e garantir a continuidade dos serviços”, pontuou o secretário.
Planejamento para concurso público
Francivaldo Dias também destacou que, ainda em cumprimento ao pacto com o TCE-PB, foi criada uma comissão especial para elaborar um concurso público no município. “Essa comissão já iniciou os trabalhos e está avançando para que possamos realizar um concurso público em breve, atendendo às demandas de cargos efetivos no município”, afirmou.
A Prefeitura reforça que os três processos seletivos têm como objetivo preencher vagas temporárias e atender de forma imediata às áreas prioritárias, garantindo que os serviços essenciais não sejam prejudicados.
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