Foi preso na noite desta quinta-feira (17), em João Pessoa, Carlos Eduardo Carneiro, condenado a 16 anos de prisão pelo assassinato da esposa, a nutricionista Priscylla Wanessa Lins de Mendonça, em um crime que chocou a Paraíba em 2016. A prisão ocorre após o trânsito em julgado da sentença, que havia sido proferida em outubro de 2023, mas vinha sendo contestada pela defesa.
O crime ocorreu no dia 18 de julho de 2016, no bairro Muçumagro, na capital paraibana. Priscylla Wanessa foi encontrada morta com um tiro no ouvido dentro da própria residência. Inicialmente tratado como suicídio, o caso teve o curso alterado após laudos periciais apontarem evidências de homicídio doloso, culminando na responsabilização do companheiro da vítima, com quem ela mantinha um relacionamento há 11 anos.
A prisão de Carlos Eduardo ocorre dois dias após o Ministério Público rejeitar o pedido da defesa para anular o trânsito em julgado da sentença. Os advogados alegaram que não foram devidamente intimados da decisão que negou o último recurso do réu — um Recurso Especial, última tentativa de reverter a condenação.
O MP entendeu, no entanto, que não houve erro de intimação, pois no sistema eletrônico da Justiça (PJe), a responsabilidade pela consulta aos autos é dos advogados cadastrados, e não do réu. Como os representantes legais não acessaram o processo no prazo, perderam a chance de recorrer, o que não configura nulidade processual.
Carlos Eduardo respondia em liberdade desde novembro de 2023, após decisão do ministro Reynaldo Soares da Fonseca, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que considerou que a execução da pena antes do trânsito em julgado não se alinhava à jurisprudência vigente no STJ e no Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão também levou em conta o tempo já cumprido em prisão preventiva — cerca de um ano e dois meses.
Com o fim dos recursos, a execução definitiva da pena foi autorizada, levando à captura do réu nesta quinta-feira. Ele foi encaminhado para o presídio Sílvio Porto, no bairro de Mangabeira.
Priscylla Wanessa foi assassinada em casa, na madrugada do dia 18 de julho de 2016. Segundo o processo, após efetuar o disparo, Carlos Eduardo teria chamado vizinhos alegando que a esposa havia cometido suicídio, na tentativa de encobrir o crime.
As investigações da Polícia Civil, reforçadas por laudos técnicos e periciais, comprovaram a falsidade da versão apresentada. O exame de resíduograma de chumbo, o laudo cadavérico e o teste de eficiência de disparo da arma utilizada comprovaram a autoria do feminicídio.
O julgamento de Carlos Eduardo ocorreu em 11 de outubro de 2023, no 2º Tribunal do Júri de João Pessoa, e durou mais de 10 horas. Ele foi condenado a 16 anos de prisão, inicialmente em regime fechado.
Até o momento, a defesa de Carlos Eduardo não se manifestou publicamente sobre a prisão.
Por Patos Online
Com informações do g1 PB
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