ENTREVISTA: Cristovão Pinheiro: O que o político fez tá feito, o povo quer coisa nova

Cristovão Pinheiro, tem uma longa história na comunicação. É jornalista, publicitário e presidente da Vide Comunicação Ltda. Ele coordenou e participou de diversas campanhas eleitorais. Atualmente coordena o marketing governamental de algumas prefeituras no estado, presta consultoria em marketing politico e é membro da IAPC – International Association of Political Consultants – associação que congrega os melhores profissionais de Marketing Político do mundo.

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Em entrevista,ele falou sobre a profissionalização das campanhas eleitorais na Paraíba, o perfil do eleitor atual, a importância do bom conteúdo e as tendências do marketing político para este ano na Paraíba.

Cristovão, as campanhas eleitorais estão cada vez mais profissionais na Paraíba?

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Desde as eleições de 2000 eu venho observando fortes mudanças em nosso estado no que diz respeito à profissionalização das campanhas eleitorais e esta não aconteceu apenas em Campina Grande e João Pessoa, mais em todas as regiões do estado. Surgiram novos talentos no marketing politico, uma turma boa que começou a estudar, aprendeu a planejar e realizar boas campanhas. Com essa nova realidade o politico que pretende aumentar suas chances de vitória nas urnas ou se manter na vida pública, terá que ter uma equipe competente para planejar e mostrar seu conteúdo de forma organizada e criativa.

O eleitor está cada vez mais exigente?

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Sim claro, o eleitor não está aceitando mais o politico que não lhe dar retorno. As pessoas não votam mais pelo que o politico fez e sim na esperança do que ele pode fazer. O que o politico fez tá feito, o povo quer coisa nova. Há pouco tempo atrás, muito gente acreditava que quando o político calçava uma rua, ou trazia qualquer beneficio ele estava fazendo um favor; hoje a coisa mudou, as pessoas veem isso como uma obrigação. Então quem pretende entrar e se manter na vida pública tem que ter uma ficha boa, ter uma historia de vida bonita e ter bons projetos para o povo.

Sabemos que a classe política está desacreditada. Quais os maiores desafios para despertar o interesse do eleitor?

Despertar o interesse do eleitor em um mundo de mesmices, onde a maioria da comunicação política é muito parecida, ser lembrado de forma positiva pelo eleitor e conseguir emociona-lo, são os maiores desafios de hoje para quem trabalha com marketing político. Para vencer estes desafios é importante termos em mente que um bom político se constrói com o tempo, onde sua história de vida deve ter um histórico de serviços prestados e uma bandeira de luta, a qual beneficiará o povo que ele pretende representar. Indo por este caminho mais cedo ou mais tarde ele irá despertar o interesse do eleitor.

Existe um fórmula para se fazer uma campanha vitoriosa?

Não existe uma fórmula pronta para se vencer uma eleição já que cada eleição é única, cheia de dinâmicas e influências durante o período. Mas se o candidato tiver algumas qualidades, como bom conteúdo, serviços prestados e propostas novas, as suas chances de vitória serão maiores.

As redes sociais terão poder de influenciar o voto este ano? 

A importância das redes sociais nas eleições deste ano é inegável. Eu vejo que em alguns lugares ela terá maior poder de influencia do que outros. Eu não posso dizer que as redes sociais tem o mesmo poder de influencia do voto em São Paulo e na Amazônia. Mas se o candidato souber usar bem, não tenho dúvidas que trará resultados positivos durante a campanha.

Qual a importância das pesquisas eleitorais?

Eu particularmente não sei trabalhar sem pesquisas eleitorais e creio que qualquer profissional do marketing politico também não consegue fazer um bom trabalho sem elas. Durante muito tempo não foi dado o valor devido às pesquisas eleitorais qualitativas e quantitativas, costumeiramente eram tratadas apenas como números ou relatórios e quase nunca eram estudadas. Hoje a realidade é outra, o interesse é maior, o acesso é bem mais fácil e surgiram por todo o estado bons institutos de pesquisas e estudiosos do assunto. Mas é bom deixar bem claro que a pesquisa, seja ela qualitativa ou quantitativa, não pode determinar uma vitória ou derrota, mais é um instrumento fundamental para realização do planejamento e ajustes das campanhas eleitorais.

Folha da Paraíba.com.br