Julgamento de Cunha: dois da PB não confirmaram presença ainda

De acordo com levantamento feito pelo portal Congresso em Foco, apenas dois deputados da bancada da Paraíba ainda não confirmaram presença no julgamento do ex-presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que acontece nesta segunda-feira (12), no plenário da Câmara dos Deputados. Trata-se do ex-ministro Aguinaldo Ribeiro, do PP, e do deputado federal Hugo Motta, do PMDB da Paraíba.

A situação dos dois continua “a confirmar”.

A dupla também não disse se não participaria da sessão. Dos dez que confirmaram presença, sete já se declararam favoráveis a cassação do mandato de Cunha por quebra de decoro parlamentar, um disse que seria contra a cassação, e os outros dois disseram apenas que seguiriam a orientação da bancada do PMDB na Casa.

Ao todo, 336 deputados afirmaram a este site que estarão presentes à sessão que julgará o deputado peemedebista, réu da Operação Lava Jato em duas ações penais e acusado de quebra de decoro parlamentar. Dois parlamentares afirmaram que não poderão estar presentes por razões de saúde: Francisco Francischini (SD-PR), que acompanha o filho autista em um tratamento, e Toninho Wandscheer (Pros-PR), que se licenciou por motivo de saúde.

São necessários 257 votos (metade mais um) para cassar o parlamentar. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), só pretende colocar o parecer do Conselho de Ética em votação se estiverem em plenário pelo menos 420 deputados. Líderes de diversos partidos acreditam que esse quórum será atingido, seja pela pressão que os deputados estão recebendo nos estados para encerrar uma controvérsia que se arrasta desde o ano passado, seja em razão da ameaça – feita por Maia – de cortar os salários de quem não comparecer.

Na consulta feita pelo Congresso em Foco, os 512 parlamentares da Câmara, à exceção óbvia de Cunha, foram confrontados com a seguinte pergunta:

“Senhor(a) Deputado(a),

O Congresso em Foco pode confirmar o seu comparecimento na sessão deliberativa da Câmara dos Deputados marcada para as 12 horas do próximo dia 12 de setembro, na qual será julgado o processo de cassação do deputado Eduardo Cunha?”

Em poucos segundos, o deputado respondia se confirmava ou não sua presença na sessão.


 

PARAIBANOS X CUNHA - 7 x 1 

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AGUINALDO RIBEIRO (PP)	NÃO REVELOU     Continua após a publicidade
BENJAMIN MARANHÃO (SD)	SIM, PELA CASSAÇÃO
DAMIÃO FELICIANO (PDT)     Continua após a publicidade	SIM, PELA CASSAÇÃO
EFRAIM FILHO (DEM)	SIM, PELA CASSAÇÃO
HUGO MOTTA (PMDB)	NÃO REVELOU     Continua após a publicidade
LUIZ COUTO (PT)	SIM, PELA CASSAÇÃO
MANOEL JÚNIOR (PMDB)	NÃO REVELOU     Continua após a publicidade
PEDRO CUNHA LIMA (PMDB)	SIM, PELA CASSAÇÃO
RÔMULO GOUVEIA (PSD)	SIM, PELA CASSAÇÃO
VENEZIANO VITAL (PMDB)	LICENCIADO
WELLINGTON ROBERTO (PR)	VOTA CONTRA A CASSAÇÃO
WILSON FILHO (PTB)	SIM, PELA CASSAÇÃO
ANDRÉ AMARAL (SUPLENTE PMDB)	NÃO REVELOU     Continua após a publicidade

 





Aguinaldo Ribeiro (PP).

Líder do Centrão na Câmara - grupo de 12 partidos liderado por PP, PSD e PTB - ainda não se pronunciou sobre o posicionamento com relação à cassação do mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e vem driblando a imprensa e evitando falar sobre o tema. O parlamentar chegou a ser cotado para suceder Eduardo Cunha na presidência da Câmara, mas a articulação não prosperou.



Benjamin Maranhão (SD)

O parlamentar, que sinalizava “salvar” o deputado Eduardo Cunha (PMDB) da cassação, revelou que votará favorável a saída do peemedebista. Benjamin disse que seguirá o relatório do Conselho de Ética que decidiu, por 11 votos a 9, pela cassação do ex-presidente da Casa por quebra de decoro parlamentar ao mentir sobre a existência de contas na Suíça.


Damião Feliciano (PDT) 

Único representante do PDT na Câmara Federal, o deputado Damião Feliciano é um dos que não esconde o posicionamento e já declarou que votará a favor da cassação do mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Apesar de pouco ocupar a tribuna da Casa e de ser alheio a entrevistas, o paraibano foi um dos únicos a votar contra impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) "Eu rogo a Deus pelo futuro da minha Paraíba e do meu Brasil", disse. 


Efraim Filho (DEM)


O democrata votou a favor do impeachment da presidente Dilma (PT) e já avisou que também votará favorável a cassação do mandato do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Voz ativa no parlamento, Efraim ganhou notoriedade, recentemente, pelo pulso firme à frente da presidência da CPI dos Fundos de Pensão, na Câmara Federal. O deputado do Democratas disse que "o remédio para um governo irresponsável está previsto na Constituição e é o impeachment, realizado pelo Congresso é fiscalizado pelo Supremo Tribunal Federal".  



Hugo Motta (PMDB)

Integrante da tropa de choque de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o parlamentar da Paraíba comandou a CPI da Petrobrás e chegou a ser cotado para suceder o aliado na presidência da Câmara dos Deputados. Diante dos escândalos, tanto no âmbito nacional, quanto no âmbito regional, envolvendo seu clã, no município de Patos, o parlamentar vem mantendo mistério sobre o posicionamento em relação ao processo de cassação. Acredita-se que ele deverá seguir o entendimento do PMDB, que será favorável ao correligionário. Motta, no entanto, ainda não falou, publicamente, que vota a favor de Cunha.



Luiz Couto (PT)

Logo que votou pela não admissibilidade do impeachment da presidente Dilma, o deputado federal Luiz Couto, do PT, também se manifestou contra o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O petista não esconde a percepção que tem contra o peemedebista, que comandou a Câmara, e avisou que vota pela cassação do parlamentar. Luiz Couto afirmou que a população reagirá contra o que chamou de "golpe" e contra quem estava na cadeira do presidente da Câmara Federal, dirigindo-se ao deputado federal Eduardo Cunha.  



Manoel Júnior (PMDB)

O parlamentar votou favorável ao impeachment da presidente Dilma (PT) alegando que ecoava na Câmara o clamor das ruas. Mas, da mesma maneira, também ecoa nas ruas a aprovação da cassação do mandato do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Júnior, no entanto, é integrante da chamada tropa de choque de Cunha na Câmara Federal e, assim como Hugo Motta, já declarou que seguirá a orientação do PMDB. A legenda deve salvar o filiado.  


Pedro Cunha Lima (PSDB)

Deputado de primeiro mandato,o tucano vem seguindo a cartilha do PSDB na Câmara Federal. Votou favorável ao impeachment emendando um verso à Ronaldo Cunha Lima e já adiantou que também votará favorável a cassação do mandato de Eduardo Cunha. Declamou Pedro: "Na exigência do respeito, que carrego por efeito, da confiança em mim, voto pela mudança, no composta da esperança, vamos em frente com a força, e voto sim".  


Rômulo Gouveia (PSD)

Rômulo Gouveia (PSD) afirmou que chegou ao mandato pela confiança da população e a população quer mudança. O parlamentar votou favorável ao impeachment e vai votar também favorável a cassação de Cunha. Eu acompanho o Conselho de Ética. Se o relator e o Conselho entenderam que houve auebra do decoro parlamentar, eu voto pela cassação, garantiu.


Veneziano Vital (PMDB)

Licenciado dos trabalhos legislativos por um período de 121 dias para se dedicar a campanha eleitoral pela prefeitura de Campina Grande, o parlamentar, de primeiro mandato, decidiu deixar a “batata quente” nas mãos do suplente André Amaral (PMDB), que já avisou que também seguirá a orientação do PMDB com relação ao processo de cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ).  


Wellington Roberto (PR)

Até agora foi o único deputado federal da Paraíba que declarou publicamente que não irá apoiar a cassação do colega, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Apesar de ter ido de encontro a orientação de Cunha na votação que admitiu o processo de impeachment da presidente Dilma, Wellington Roberto defendeu Cunha no Conselho de Ética e já avisou que não concorda com a cassação do parlamentar. “Sou favorável a manutenção do mandato de Eduardo Cunha e contra a cassação”, antecipou em entrevista à imprensa da Paraíba.


Wilson Filho (PTB)


Candidato a vice prefeito de João Pessoa na chapa da professora Cida Ramos, o deputado federal Wilson Filho (PTB), apesar de jovem, tem posicionamentos firmes, principalmente quando o assunto é corrupção. O parlamentar votou favorável a admissibilidade do impeachment, e também votará favorável a cassação do mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) por quebra de decoro parlamentar. “ Não tem condições do plenário votar diferente do que o próprio Conselho de Ética votou. Portanto, independentemente, obviamente vou conversar com o PTB, mas minha opinião é que não tem condições de defender alguém que está tão envolvido, claramente, neste processo, por isso, quando chegar o momento voto pela cassação do deputado”, disse.  







Márcia Dias

PB Agora