BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) — A vacina da AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford começará a ser entregue ao Ministério da Saúde a partir do dia 8 de fevereiro. As informações são da Fiocruz, responsável pela produção da vacina no Brasil.
A declaração ocorreu em audiência realizada pela Comissão Externa da Câmara dos Deputados que acompanha as ações de combate à Covid-19.
De acordo com Nísia Trindade Lima, presidente da Fiocruz, serão entregues 1 milhão de doses de 8 a 12 fevereiro e mais 1 milhão na semana seguinte para o Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde. A partir de então, serão 700 mil doses diariamente.
A presidente da Fiocruz esclareceu que está havendo um esforço para tentar adquirir vacinas que sejam produzidas em outros laboratórios do mundo antes desse prazo. A intenção seria antecipar a vacinação
"Haverá uma reunião com o diretor da AstraZeneca para ver essa possibilidade. O prazo com que estamos comprometidos é esse, mas estamos num esforço nacional para aumentar a proteção o mais rápido possível", disse.
Arnaldo Correia de Medeiros, secretário de Vigilância da Saúde do Ministério da Saúde, disse que a pasta receberá ao menos 150 milhões de doses no 1° semestre.
Desse total, estão incluídas as vacinas do Instituto Butantan, Pfizer e AstraZeneca.
Serão 100,4 milhões de doses da vacina da AstraZeneca, 46 milhões da Coronavac e 8 milhões de doses da Pfizer. O secretário não deu uma data para o início da vacinação no Brasil.
O Ministério da Saúde prevê a compra de 70 milhões de doses da vacina da Pfizer para 2021, sendo 8 milhões no 1° semestre.
Em relação a Coronavac, a promessa é 46 milhões de doses, que serão entregues de janeiro a março de 2021.
"Ontem tivemos uma reunião para expandir a compra com o Instituto Butantan, a previsão é de adquirir 100 milhões para o 1° semestre", explicou.
Arnaldo também falou que está prevista a compra de 330 milhões de seringas; a intenção é fechar o contrato no dia 10 de janeiro.
A nova versão do Plano Nacional de Vacinação foi entregue em 16 de fevereiro. Nele consta os novos grupos prioritários para receber a imunização e eleva de 300 milhões para 350 milhões o total de doses em negociação, mas evita dar datas para início da campanha e detalhar o cronograma de aplicação das doses.
Com 110 páginas, o documento também não traz data para início da vacinação, mas cita em alguns trechos a previsão de que isso ocorra no primeiro trimestre de 2021.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse ter previsão de que a vacinação se inicie em fevereiro. A pasta tem defendido que a data depende do registro de uma vacina na Anvisa e de sua liberação. Até o momento, a agência não recebeu pedidos para registro ou uso emergencial.
Essa é a segunda versão do plano nacional de imunização. Um plano preliminar já havia sido enviado no sábado (12) ao Supremo Tribunal Federal, sem, contudo, apontar datas nem previsões mais exatas para o início da vacinação.
O plano também aborda os grupos prioritários, que irão receber as primeiras doses da vacina. São trabalhadores da educação (e não apenas professores), populações quilombolas e ribeirinhas, pessoas em situação de rua, pessoas com deficiência severa, trabalhadores do transporte coletivo, transportadores rodoviários de carga e população privada de liberdade.
A lista ainda mantém entre os grupos trabalhadores da área da saúde, idosos, indígenas e pessoas com comorbidades (como diabetes, hipertensão, doença pulmonar obstrutiva crônica, entre outras), professores e membros das forças de segurança e salvamento -grupos que já constavam na versão anterior.
Não há menção específica a quantas pessoas estão nos grupos prioritários e quantas doses seriam necessárias. Em um dos trechos, o governo cita que as três primeiras fases incluiriam 49 milhões de pessoas e 104 milhões de doses, mas o montante equivale apenas a parte do público-alvo. Não há um cronograma completo com dados de todos os grupos.
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