Durante sua primeira manifestação depois do resultado das eleições, o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que vai continuar cumprindo todos os mandamentos da Constituição.
O chefe do Executivo reuniu os jornalistas no Palácio da Alvorada, em Brasília, nesta terça-feira, 1º. Bolsonaro obteve 58,2 milhões de votos (49,1%) sendo derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Lula assume em janeiro a Presidência da República.
“Agradeço os 58 milhões de brasileiros que votaram em mim”, declarou o presidente. “Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral. Enquanto presidente e cidadão continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição.”
Bolsonaro também comentou as recentes mobilizações em todo o país contra a vitória de Lula. Conforme ele, as manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas que os métodos de seus apoiadores não podem ser “iguais aos da esquerda que prejudicaram sempre a população, como as invasões a propriedades, destruição do patrimônio e impedimento do direito de ir e vir”.
O atual chefe do Executivo ainda comentou a força que a direita ganhou no Congresso Nacional neste pleito. “Formamos diversas lideranças pelo Brasil”, declarou. “Nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso. Sempre fui rotulado como antidemocrático e ao contrário dos acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição.”
Por fim, Bolsonaro agradeceu o fato de ser presidente da República. “É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que, como eu, defendem a liberdade econômica, religiosa, de opinião, honestidade e as cores verde e amarela da nossa bandeira”, concluiu.
O presidente não comentou diretamente que reconhecia o resultado das eleições. Depois de finalizar sua fala, o ministro Ciro Nogueira, da Casa Civil, afirmou que Bolsonaro o autorizou a iniciar o processo de transição. Ontem, Ciro já havia conversado com integrantes do núcleo duro da campanha de Lula para iniciar os trâmites da transição de governo.
“O presidente Jair Bolsonaro me autorizou para que, quando for provocado com base na lei, iniciaremos o processo de transição”, explicou. “A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, em nome de Lula, disse que na quinta-feira será formalizado o nome do vice-presidente, Geraldo Alckmin. Aguardaremos que isso seja formalizado para cumprir a lei em nosso país.”
O pronunciamento foi acompanhado por 14 ministros de Estado. A lista incluiu nomes como Paulo Guedes, da Economia; Anderson Torres, da Justiça; Marcelo Queiroga, da Saúde; e Nogueira. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, também esteve no Palácio.
Revista Oeste
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