Foi concluído nesta quarta-feira, 06 de agosto de 2025, o julgamento do policial militar Yuri Alves, acusado de assassinar com um tiro na cabeça o jovem Ramon Pedro de Sousa, de 25 anos, no dia 3 de dezembro de 2023, logo após a festa de emancipação política do município de Uiraúna, no Sertão paraibano.
O júri, realizado quase dois anos após o crime, resultou na condenação do réu a 22 anos e seis meses de reclusão pelo crime de homicídio doloso qualificado, cometido com frieza e de forma covarde. A sentença representa um marco importante para a família da vítima, que acompanhou todo o processo e clamava por justiça.
Ramon morava no sítio Cabaços, zona rural de Poço de José de Moura, a cerca de 17 quilômetros de Uiraúna. Ele foi morto ao deixar a festa, em plena luz do dia, na rua Maria de Fátima Vieira, bairro Nossa Senhora de Lourdes. Imagens de câmeras de segurança registraram o momento exato do crime, quando o policial militar se aproximou correndo, empurrou o jovem contra uma árvore e atirou à queima-roupa. Duas jovens que estavam próximas presenciaram o assassinato e saíram correndo em pânico junto com o autor.
Durante o programa Olho Vivo, da TV e Rede Diário do Sertão, nesta quinta-feira (07), Pedro Filho, tio da vítima, expressou o sentimento da família diante da condenação.
“Até hoje estamos ainda lutando para superar essa perda que chegou de maneira trágica no seio de nossa família. [...] Saímos daquele tribunal ontem com a cabeça erguida pelo trabalho feito pela nossa defesa, principalmente pela parte do Ministério Público, que em nenhum momento demonstrou frieza”, disse.
Ele ressaltou que o veredito representa um recomeço e reacende a confiança da família nas instituições brasileiras. “A perda nós já tivemos, no momento em que a vida do nosso jovem foi ceifada. Em momento nenhum quisemos olhar para a vingança. Sempre buscamos justiça”, afirmou.
Ao comentar o momento em que encarou o autor do crime durante o julgamento, Pedro desabafou:
“Isso é algo que eu não desejo para ninguém. Porque você está diante de uma pessoa que causou um estrago irreparável na sua família. Mas nós nos mantivemos firmes, porque queríamos justiça. A vingança não leva a lugar nenhum.”
Após a conclusão do julgamento, os familiares de Ramon divulgaram uma nota oficial à imprensa, em que agradeceram o apoio recebido durante todo o processo.
“A justiça foi feita, e a memória de Ramon seguirá viva em nossos corações, com amor, saudade e respeito”, diz o texto.
O crime aconteceu na manhã do domingo, 3 de dezembro de 2023, após a tradicional festa de emancipação de Uiraúna. Câmeras de segurança flagraram o assassinato. O autor, Yuri Alves, era policial militar lotado na cidade de Orós, no estado do Ceará, mas morava em Uiraúna.
As investigações apontaram que o crime foi praticado de forma intencional e premeditada, sem qualquer chance de defesa para a vítima. A partir das imagens e dos relatos de testemunhas, a polícia conseguiu identificar e prender o autor.
Por Patos Online
Com informações do Diário do Sertão
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