O porto de Beirute, no Líbano, foi alvo de uma forte explosão nesta terça-feira (4). Segundo o ministro da Saúde do país, Hamad Hasan, dezenas de pessoas morreram e milhares ficaram feridas.
A principal hipótese é que um acidente em depósitos de material inflamável teria provocado a explosão. O grupo xiita Hezbollah e o governo de Israel negaram relação com o episódio.
m pronunciamento, o primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, disse que o incidente não ficará sem solução. "Os responsáveis pagarão o preço", disse. "Fatos sobre esse armazém perigoso, que está lá desde 2014, serão anunciados, mas não vou me adiantar em relação às investigações."
Mais de 30 equipes da Cruz Vermelha foram ao local para resgatar os feridos. A situação nos hospitais da cidade é caótica.
Segundo a CNN, a explosão gerou abalos sísmicos semelhantes às causadas por um terremoto de magnitude 3.3.
Uma nuvem vermelha pairou sobre a cidade após a explosão, enquanto equipes de bombeiros corriam para o local para tentar apagar o fogo.
O governador de Beirute, Marwan Abboud, disse que a situação o lembra de Hiroshima e Nagasaki, cidades japonesas onde foram lançadas as bombas atômicas. "Essa é uma catástrofe nacional", disse.
Um avião que é comumente utilizado para combater fogos florestais foi colocado à disposição dos destacamentos de bombeiros para combater os focos de incêndio, que continuam no setor portuário. Ao menos vinte guarnições foram deslocadas para a região.
O presidente libanês Michel Aoun decretou luto nacional. Também foram ordenadas patrulhas militares na região impactada e nos subúrbios para "garantir a segurança", de acordo com a agência de notícias estatal National News Agency.
No início da noite desta terça, o presidente do Líbano anunciou a liberação de 100 milhões de libras libanesas para ajudar na reconstrução de Beirute.
Causas da explosão ainda são incertas
Ainda segundo a agência, informações preliminares dão conta de que a explosão ocorreu após um grande incêndio em um armazém de fogos de artifício perto do porto de Beirute. o que levou a uma reação em cadeia. A princípio, o caso é tratado como explosão acidental pela imprensa do país.
A explosão também atingiu os escritórios do ex-primeiro-ministro do país Saad Hariri e da sucursal da CNN, na região central da capital libanesa.
Casas em até dez quilômetros de distância sofreram danos, de acordo com testemunhas. Uma moradora da cidade que estava longe da explosão disse que suas janelas foram destruídas pelo ocorrido.
“O que eu senti parecia um terremoto”, Rania Marsi disse à CNN. “O apartamento balançou horizontalmente e de repente parecia uma explosão, as janelas e portas se abriram com força. Os vidros se estilhaçaram. Muitas casas foram danificadas ou destruídas”, acrescentou.
"Vi uma bola de fogo e fumaça subindo sobre Beirute. As pessoas estavam gritando e correndo, sangrando. Varandas foram arrancadas de edifícios. Os vidros dos arranha-céus quebraram e caíram na rua", disse uma testemunha à agência Reuters.
Outra testemunha disse à agência que viu uma fumaça cinza pesada perto da área do porto e depois ouviu uma explosão e viu chamas de fogo e fumaça preta: "Todas as janelas do centro da cidade estão quebradas e há feridos andando por aí. É um caos total", declarou.
“O porto de Beirute está totalmente destruído", disse à CNN Bachar Ghattas, descrevendo a cena que se desenrolava como algo semelhante a “um apocalipse”.
Em atualização
Foto: Reprodução/CNN (4.ago.2020)
Foto: CNN (4.ago.2020)
Assistência a brasileiros
O encarregado interino de negócios da embaixada do Brasil no Líbano, Roberto Salone, disse que o local está aberto para atender tanto brasileiros que estão no Líbano como pessoas com parentes no país.
“Nosso plantão consular está atendendo 24h qualquer solicitação. Para informações ligar no telefone (961) 7010-8374”, afirmou em entrevista à CNN.
Segundo o funcionário, a embaixada não tem conhecimento sobre nenhum brasileiro morto ou gravemente ferido na tragédia.
(Edição: Leandro Nomura, Luiz Raatz, Paulo Toledo Piza e Sinara Peixoto. Com informações da Agência Reuters e da CNN Internacional).
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