Um comitê de especialistas da Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA, em inglês), órgão regulador equivalente à Anvisa, aprovou nesta quinta-feira (10) o uso emergencial no país da vacina contra Covid-19 da Pfizer-BioNTech.
Foram 17 votos a favor, quatro votos contra e uma abstenção. A votação ocorreu pelo painel de especialistas independentes do FDA, que tiveram de responder à seguinte pergunta: "A vacina é eficaz e segura para pessoas de 16 anos ou mais?".
O voto do painel de especialistas não significa que a vacina será autorizada imediatamente. O FDA irá agora decidir se aceita ou não a recomendação, mas já sinalizou que deve dar sinal verde ao imunizante.
Houve muito discussão sobre a faixa que vai dos 16 aos 18 anos, sobre as quais a Pfizer não teria números suficientes para comprovar a eficácia. Os especialistas, no entanto, concluíram que seria mais prudente autorizar, deixando claro que os menores de idade autorizados a tomar precisarão da permissão dos pais para serem vacinados.
A FDA, agência reguladora dos EUA, aprovou o uso emergencial da vacina da Pfizer-BioNtech contra Covid-19
Foto: Dado Ruvic - 10.nov.2020/Reuters
A Pfizer seguirá com os trabalhos de pesquisa. A empresa já sustenta que seu imunizante é eficaz e seguro a partir dos 12 anos e prosseguirá com pesquisas sobre eficácia em crianças de 5 a 11 anos de idade.
Na terça-feira (8), um comitê consultivo da FDA já havia divulgado um documento com dados sobre o imunizante sem levantar novos questionamentos sobre sua segurança ou eficácia.
O imunizante da Pfizer-BioNtech requer duas doses para ser eficaz, e a segunda é aplicada três semanas após a primeira. As empresas fecharam um acordo nos Estados Unidos para fornecer 100 milhões de doses, cada uma a US$ 19,50 (aproximadamente R$ 102).
Os resultados das pesquisas conduzidas pelas duas empresas foram publicados nesta quinta no New England Journal of Medicine, uma das revistas especializadas mais respeitadas do mundo. Os números apontam que a vacina tem eficácia de 95% após as duas doses.
Os estudos contemplaram 43.448 pessoas, sendo que metade recebeu a vacina BNT162b2 e a outra metade recebeu o placebo.
A taxa de eficácia significa, na prática, que a cada 100 pessoas que receberam o imunizante durante os testes, 95 desenvolveram a proteção contra a Covid-19. De acordo com os estudos, a proteção começa a ser verificada parcialmente em pessoas vacinas a partir de 12 dias da aplicação da primeira dose.
O país é o quinto do mundo a emitir essa autorização para a vacina, depois do Reino Unido – que começou nesta semana a imunização de sua população – e do Canadá, que abriu caminho na quarta-feira (9) para a vacinação no país.
Nos Estados Unidos, a decisão final sobre a autorização de uso de qualquer vacina é tomada pela FDA. Além do site, a reunião foi transmitida pelos canais do YouTube, Facebook e Twitter da agência.
Com a autorização de uso de emergência da vacina pela FDA, espera-se que, dentro de um ou dois dias, um comitê consultivo do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos faça uma recomendação sobre quem deve tomar as vacinas primeiro.
Esse grupo provavelmente incluirá profissionais de saúde e residentes de lares de idosos.
Além disso, está programado para a próxima quinta-feira (17) uma reunião similar da FDA para avaliar o uso emergencial da vacina contra Covid-19 desenvolvida pela Moderna.
Apesar do avanço na liberação dos imunizantes, os Estados Unidos enfrentam dificuldades na conscientização da necessidade da vacinação. Tanto o presidente eleito Joe Biden quanto três ex-presidentes -- Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama -- prometem se vacinar em público, em apoio à campanha de imunização.
A vacina da Pfizer-BioNtech também é avaliada pela Agência Europeia de Medicamentos, que deve completar sua análise até 29 de dezembro.
Além disso, a Índia também acelerou sua revisão da vacina da Pfizer para uso emergencial. Nesta semana, o país negou autorização de uso emergencial para a vacina contra Covid-19 da AstraZeneca.
CNN Brasil
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