Sete israelenses morreram e 10 ficaram feridos em um ataque a tiros em uma sinagoga na periferia da cidade de Jerusalém, de acordo com o Ministério de Relações Exteriores de Israel.
A polícia israelense descreveu o incidente como um ataque terrorista. Nenhum grupo reivindicou o ataque. Segundo a polícia, o atirador foi morto.
Em Gaza, o porta-voz do Hamas, Hazem Qassem, disse que esta operação "é uma resposta ao crime conduzido pela ocupação em Jenin e uma resposta natural às ações criminosas da ocupação", mas ele não reivindicou o ataque.
A Jihad Islâmica Palestina também elogiou, mas não reivindicou o ataque.
A sinagoga fica em uma região que é considerada pelos israelenses como um bairro de Jerusalém, mas que os palestinos (e a maior parte da comunidade internacional) diz ser terra ocupada ilegalmente pelos israelenses depois de uma guerra em 1967.
Palestinos na Cisjordânia e em Gaza comemoraram o ataque.
A notícia do ataque de um atirador provocou aglomerações espontâneas. Em algumas cidades, houve fogos de artifício. Pessoas se reuniram nas ruas e distribuíram doces.
Há uma escalada de violência entre israelenses e palestinos nos últimos dias.
A Organização das Nações Unidas (ONU) definiu a nova escalada como parte de um um "ciclo interminável de violência".
Ambos os grupos, Hamas e Jihad Islâmica, participaram do lançamento de foguetes, disse Khaled el-Batsh, uma autoridade da Jihad Islâmica. Horas antes de disparar os foguetes, ele havia afirmado em um comunicado que os projéteis disparados "levam uma mensagem: o inimigo (Israel) deve permanecer alerta, porque o sangue palestino derramado custa caro".
Milhares de pessoas protestaram em Gaza na quinta-feira (26), onde foram vistos cartazes com os dizeres: "Jenin, a resposta está chegando e a resistência é nossa estratégia".
A Autoridade Palestina classificou a incursão pela Cisjordânia como um "massacre" e anunciou que não irá mais cooperar com Israel em matéria de segurança.
De acordo com a ONU, não eram registradas tantas mortes em apenas uma operação israelense na Cisjordânia desde o início dos registros das operações em 2005.
O Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos fez um apelo para que se "coloque um fim ao ciclo interminável de violência" e expressou preocupação com o "aumento acentuado de mortes de palestinos em operações israelenses na Cisjordânia ocupada".
A Casa Branca está "profundamente preocupada" com a "escalada de violência", afirmou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, acrescentando que Washington encoraja "todas as partes envolvidas" a procurar "desarmar a crise com urgência".
O Departamento de Estado americano anunciou que o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, viajará na próxima semana a Israel e Cisjordânia para "reduzir as tensões".
O governo dos Emirados Árabes Unidos, que normalizou as relações com Israel em 2020, condenou "o ataque das forças israelenses" e pediu uma reunião "urgente" do Conselho de Segurança da ONU.
Desde o início do ano, até 30 palestinos, civis ou membros de grupos armados, morreram em incidentes de violência envolvendo as forças de segurança e também cidadãos civis de Israel.
Um porta-voz militar israelense disse que o Exército realizou "uma operação antiterrorista" contra a organização armada Jihad Islâmica, envolvida em vários ataques contra Israel.
Antes de se retirar, as forças israelenses "jogaram deliberadamente granadas de gás lacrimogêneo" na ala pediátrica de um hospital de Jenin, "o que provocou a asfixia de algumas crianças", denunciou a ministra da Saúde palestina, Mai Al Kaila.
"Ninguém disparou gás lacrimogêneo deliberadamente contra um hospital [...], mas a operação ocorreu não muito longe de um hospital e é possível que o gás lacrimogêneo tenha entrado por uma janela aberta", disse um porta-voz do Exército israelense à AFP.
Uma das vítimas de quinta-feira se chamava Majeda Obeid, uma mulher de 61 anos, e sua filha contou como ela faleceu durante a operação militar israelense.
"Quando ela terminou de rezar, olhou pela janela por um momento e, então, foi atingida por uma bala no pescoço. Seu corpo tombou contra a parede e depois caiu sobre o chão", disse Kefiyat Obeid, de 26 anos.
O acampamento de Jenin, criado em 1953, é como uma cidade dentro da cidade e abriga cerca de 20 mil refugiados, segundo a UNRWA, agência da ONU encarregada dos refugiados palestinos
O Exército israelense, que ocupa a Cisjordânia desde 1967, realiza operações quase diárias nesse território palestino, principalmente no norte, nos setores de Jenin e Nablus, redutos de grupos armados palestinos.
"O Exército israelense destrói tudo e atira em tudo que se move", disse o vice-governador de Jenin, Kamal Abu Al Rub.
"O que está acontecendo em Jenin e em seu campo é um massacre perpetrado pelo governo de ocupação israelense", disse Nabil Abu Rudeina, porta-voz do presidente da Autoridade Palestina.
O secretário-geral da Liga Árabe denunciou um "massacre sangrento" perpetrado "sob as ordens diretas de [o primeiro-ministro israelense Benjamin] Netanyahu", que retornou ao comando do governo de Israel no fim do ano passado.
Fonte: g1
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