A menina de um ano e sete meses, baleada na cabeça pelo próprio pai durante um feminicídio ocorrido em Itaporanga, segue internada em estado considerado estável no Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande, mesmo após passar por quatro cirurgias no crânio.
A atualização foi feita nesta quarta-feira (23) pela médica Noadja Andrade, que acompanha o caso na unidade hospitalar. Segundo ela, a criança está sendo monitorada com atenção redobrada após o último procedimento cirúrgico, realizado na terça-feira (22).
“Essa criança sofreu um ferimento transfixante por arma de fogo na testa, que atravessou o crânio. Já passou por quatro cirurgias, a última ontem, para fechar uma fístula persistente causada pela fragmentação óssea provocada pelo projétil”, explicou a médica.
Apesar da gravidade do caso, a menina não está entubada e apresenta sinais vitais dentro da normalidade: temperatura, pressão arterial e frequência cardíaca estão estáveis, sem necessidade de uso de medicamentos vasoativos.
A equipe médica, no entanto, mantém a cautela devido à complexidade do quadro:
“É uma criança que passou por quatro cirurgias, permanece na UTI, em uso de antibióticos e sob cuidados intensivos. Cada fator desses representa um risco, mas, até o momento, ela se mantém hígida do ponto de vista clínico e hemodinâmico”, concluiu a médica.
A tragédia aconteceu no último dia 29 de junho, no bairro Chagas Soares, em Itaporanga, no Sertão da Paraíba. Segundo as investigações, Elson Félix de Souza, de 35 anos, conhecido como “Chaveirinho”, assassinou a companheira Cláudia Kell de Oliveira Miguel, de 29 anos, com três tiros na cabeça dentro da própria residência.
A filha do casal foi atingida no momento do crime. Elson fugiu logo em seguida e permaneceu foragido por dois dias, sendo capturado em uma área de mata no Sítio Pau Brasil, na zona rural do município, no dia 1º de julho, após ação da Polícia Militar.
Durante o depoimento, ele confessou o feminicídio, mas alegou que o disparo que feriu a filha teria sido acidental. A Polícia Civil investiga o caso como feminicídio seguido de tentativa de homicídio contra criança.
A menina segue internada no Hospital de Trauma de Campina Grande, e seu estado de saúde inspira cuidados, apesar da evolução positiva diante da gravidade do ferimento.
Por Felipe Vilar - Patos Online
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