A dexametasona é utilizada no tratamento de crises asmáticas, alergias, doenças dermatológicas, reumáticas e alguns processos infecciosos. Normalmente, é administrada durante um curto período, por se tratar de um remédio forte, com muitos efeitos colaterais, explica o infectologista Valdez Madruga, da SBI (Sociedade Brasileira Infectologia).
Resultados preliminares de uma pesquisa feita pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, mostraram que esse medicamento, um corticoide de baixo custo, teve eficácia nos casos críticos de covid-19. Segundo os resultados divulgados na terça-feira (16), a medicação reduziu em um terço a mortalidade dos pacientes que precisavam de ventilação mecânica.
As orientações clínicas da OMS para tratar os infectados são voltadas a médicos e outros profissionais da saúde. A agência busca utilizar os dados mais recentes para informar essa categoria sobre a melhor maneira de lidar com todas as fases da doença, do processo de triagem até a alta.
Ainda que os resultados dos estudos com a dexametasona sejam preliminares, os pesquisadores envolvidos no projeto disseram que os dados indicam que o medicamento deveria,, imediatamente, se tornar padrão no tratamento de pacientes em estado grave.
Para os doentes que respiram por meio de ventiladores pulmonares, o tratamento mostrou uma redução de aproximadamente um terço da mortalidade. E para aqueles que apenas precisam de oxigênio, a taxa foi reduzida em cerca de um quinto, segundo os estudos preliminares compartilhados com a OMS.
A melhora foi identificada apenas em pacientes em estado grave. A ação da substância não foi analisada em pessoas com sintomas leves.
A notícia sobre a dexametasona surge no momento em que as infecções pelo novo coronavírus se aceleram em alguns países, como Estados Unidos, e em que Pequim decidiu cancelar diversos voos para ajudar a conter uma segunda onda de contaminação.
“Esse é o primeiro tratamento mostrado que reduz a mortalidade de pacientes com Covid-19 que precisam de oxigênio ou de ventilador pulmonar”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em um comunicado na noite de terça-feira. A agência disse que aguarda a análise completa dos dados do estudo dentro dos próximos dias.
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